Drogas

Nunca foi tão fácil

A cultura das drogas dos anos 60 ruiu.
Mas essas substâncias continuam fazendo
parte do cotidiano dos adolescentes



Os preços estão baixíssimos
Entre 1 e 2 reais é o custo de um cigarro de maconha
10 reais é o custo de 1 grama de cocaína


Sabe qual é a probabilidade hoje de um adolescente ter algum tipo de contato com o mundo das drogas? Cem por cento. Quarenta e dois por cento deles já viram alguém sob o efeito de substâncias proibidas. Os que não viram, de três, uma. Ou têm um amigo viciado, ou já foram a uma festa onde havia consumo de drogas, ou sabem quem é o traficante do bairro. O acesso aos tóxicos nunca foi tão fácil. Os preços caíram. Com 10 reais – valor de uma entrada de cinema – é possível comprar 1 grama de cocaína. A maconha está ainda mais barata.

Para adquirir um cigarro, basta ter 1 ou 2 reais. Soam românticos os tempos em que se imaginava que o primeiro contato de um adolescente com as drogas poderia ocorrer por intermédio de um lendário traficante disfarçado de pipoqueiro. Hoje, sabe-se que os entorpecentes são vendidos dentro do próprio colégio, por um aluno que trafica em troca de dinheiro para financiar seu vício. Pior: ele pode ser um colega de classe.



Drogas rondam a escola
Esqueça o pipoqueiro. Pequenos traficantes vendem seu produto nas proximidades dos colégios. Alguns alunos traficam dentro das escolas em troca de consumo próprio

Impossível evitar o contato
42% dos jovens testemunharam alguém sob efeito de drogas
24% viram alguém vendendo drogas¹

A grande questão para os pais não é mais evitar que seu filho tenha contato com drogas. Isso é praticamente impossível. O desafio é que ele não se torne um dependente. Como fazer isso? Em primeiro lugar, faz-se necessário saber o que leva um adolescente a provar substâncias proibidas. O senso comum falaria em desajustes familiares, frustrações, problemas em casa e na escola. Segundo a maior parte dos especialistas, a resposta é bem mais prosaica e se resume a uma palavra: curiosidade. "Para muitos adolescentes, provar a droga faz parte do ritual da adolescência. É como 'ficar' pela primeira vez", acha o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A curiosidade leva a garotada a experimentar, mas apenas uma minoria desenvolve o vício. O jovem pode tornar-se um consumidor compulsivo, aí sim devido a frustrações e problemas familiares. "Se o adolescente estiver passando por um momento difícil, fica mais fácil chegar à dependência", opina o psicólogo Luciano Chati, que dá cursos em escolas sobre prevenção contra o uso de drogas.

Há outro aspecto interessante. De acordo com um levantamento feito pelo governo dos Estados Unidos, o caminho em direção às drogas pesadas começa pelo álcool e pelo tabaco. "Essa migração nem sempre é obrigatória, mas adolescentes que fumam cigarro e bebem estão predispostos a experimentar outras drogas", alerta o psiquiatra Sérgio Nicastri, mestre pela universidade americana Johns Hopkins e especialista vinculado ao Hospital das Clínicas de São Paulo. A pesquisa do governo americano diz que o uso, mesmo que esporádico, de cigarros comuns aumenta em 65 vezes a probabilidade de que o fumante venha a provar maconha. E quem já teve contato com a erva corre 104 vezes mais risco de experimentar uma carreira de pó. Isso ocorre, segundo Nicastri, porque depois de tomar alguns copos de cerveja o jovem se torna mais receptivo se alguém oferecer um baseado. Se o "barato" está ali disponível, o que custa experimentar? "É próprio do adolescente buscar o prazer sem se importar com as conseqüências", diz o psiquiatra.

Dessa forma, fica praticamente inevitável concluir o óbvio: o lar onde existe diálogo tende a ser a melhor defesa contra os conflitos e frustrações que transformam a curiosidade em vício. A atitude dos pais também é muito importante. Aqueles que bebem compulsivamente na frente dos filhos, por exemplo, dando a entender que é um hábito natural, são um péssimo exemplo. Como se viu, o álcool é, muitas vezes, a porta de entrada para o mundo das demais drogas.


A cultura das drogas dos anos 60 ruiu. Mas essas substâncias continuam fazendo parte do cotidiano dos adolescentes. Saiba mais lendo pesquisas sobre o uso de drogas no Brasil

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Entre os estudantes de 1º e 2º graus, o álcool é a droga mais amplamente utilizada, muito à frente do tabaco, que é o segundo colocado. Apenas 0,9% dos estudantes tentaram e não conseguiram comprar bebidas alcoólicas. Cerca de 50% dos alunos entre 10-12 anos já fizeram uso dessa droga.

O uso inicial do tabaco é bastante precoce na vida dos estudantes da rede pública de ensino. Aos 10-12 anos de idade, cerca de 11,6% já fizeram pelo menos uso experimental dessa substância.

Consideram muito fácil conseguir (faixa etária 12-17 anos):

- maconha: 66,1%
- cocaína: 57.5%
- crack: 57,1%
- LSD: 30,4%
- heroína: 33,3%
- solventes (esmalte, acetona, removedores, gasolina): 82,7%
- benzodiazepínicos (ansiolíticos): 44,3%
- anfetamínicos: 42,1%
- anticolinérgicos: 39,1%
- esteróides / anabolizantes: 50,3%

Prevalência de pessoas afirmando que alguém:

- se aproximou para vender drogas nos últimos 30 dias prévios à entrevista:
Faixa etária 12-17 anos: 7,1%
Faixa etária 18-24 anos: 8,7% :: Meninos: 9,4%

- visto alguém bêbado nas vizinhanças (nos últimos 30 dias prévios à entrevista):
Faixa etária 12-17 anos: 63,2%
Faixa etária 18-24 anos: 66,7%

- visto alguém "doido" sob efeito de drogas (nos últimos 30 dias prévios à entrevista):
Faixa etária 12-17 anos: 42,2%
Faixa etária 18-24 anos: 41,9%

- vendendo drogas (nos últimos 30 dias prévios à entrevista):
Faixa etária 12-17 anos: 23,7%
Faixa etária 18-24 anos: 22,1%

- alguém procurando por traficantes (nos últimos 30 dias prévios à entrevista):
Faixa etária 12-17 anos: 24,4%
Faixa etária 18-24 anos: 23,2%



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Poder das Compras

Eeeeu teeeeeenhoooo
as cooooompraas!!!

Publicitários e bancos estão de
olho na mesada dos adolescentes

Pais e filhos, quando vão discutir dinheiro, acabam diante de um dilema. O que é melhor: estabelecer uma mesada fixa ou soltar o dinheiro aos poucos, conforme a necessidade? Esse segundo estilo, que vem crescendo nos dias de hoje, é apelidado de "mesada pinga-pinga". Ambos os sistemas têm vantagens e desvantagens. Segundo os especialistas, a principal virtude da mesada fixa é que ela ensina o adolescente a lidar com as próprias finanças desde cedo. Ela serve como um ensaio para a vida adulta, porque o jovem entende o valor do dinheiro e aprende a administrá-lo.

Já a mesada pinga-pinga, por outro lado, estimularia no adolescente a iniciativa e a capacidade de argumentar como forma de obter o que quer.

Independentemente do estilo, é ponto pacífico que os jovens brasileiros de classe média nunca tiveram tanto dinheiro na mão. E eles consomem mesmo. Principalmente roupas. Pesquisa da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) mostra que eles estão mais preocupados com a estampa que em se divertir. Mesmo os mais pobres gastam muito mais comprando roupas para sair à noite do que na noite em si. Outro dado é que cada vez mais os adolescentes dão palpites nos produtos comuns da casa, principalmente na área tecnológica. "Há dez ou vinte anos, o publicitário visava à dona-de-casa", lembra Daniel Barbará, diretor da agência DPZ. "Hoje, ele deixou de se preocupar tanto com a mãe e se concentrou de uma vez no filho. É ele quem apita nas marcas da maior parte dos eletroeletrônicos."

De olho nessa nova demanda, cada vez mais instituições financeiras oferecem produtos específicos aos adolescentes. O Banco do Brasil lançou o programa BBTeen, um esforço para aumentar o número de contas bancárias tendo como titulares jovens de 12 a 19 anos. Foi um sucesso. Em 1997, ano do lançamento do programa, o banco tinha 37.000 correntistas nessa faixa etária. Hoje, o número está em 230.000. A Visa lançou os cartões de mesada pré-pagos. O pai deposita um valor e o adolescente vai gastando. Através de uma linha telefônica, o pai pode acompanhar o ritmo dos gastos. "Esse cartão tenta agregar a idéia de um treinamento para o jovem lidar com seu dinheiro", explica Fernando Castejon, vice-presidente de produtos da Visa no Brasil. Os jovens gostam de consumir e sabem o que querem em termos de marcas e produtos. Nada há de errado nisso. Os pais, no entanto, ganharam um problema extra. Além de conversar sobre sexo, namoro, drogas e escola, cada vez mais terão de falar com os filhos sobre dinheiro.

Percebendo essa demanda, a consultora econômica Cássia D'Aquino criou e coordena um programa de educação financeira em várias escolas espalhadas pelo Brasil. A disciplina inclui diversas atividades, desde conversas descontraídas durante o recreio até exercícios mais formais em sala de aula. "Os alunos aprendem a estabelecer metas financeiras e a pensar numa estratégia para atingi-las", diz Cássia. Para ela, a partir dos 3 anos a criança já deve ter contato com dinheiro e, principalmente, aprender a ouvir "não". "Quem cresce acreditando que se pode comprar tudo, sem limites, com certeza vai ter problemas financeiros quando adulto", avisa.

http://lahrosa.files.wordpress.com/2009/12/compras_edited1.jpg



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Sexualidade

Eles sabem tudo. Será?

Nunca os adolescentes foram tão bem
informados sobre sexo. Mas nem sempre
eles levam a teoria à prática

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Há uma notícia ótima no campo do comportamento: pesquisas mostram que, quando os jovens de hoje vão fazer a iniciação sexual, já conhecem bem a teoria. A geração atual – principalmente os adolescentes das classes A e B – é provavelmente a mais bem informada sobre sexo em todos os tempos. Ela lê a respeito do assunto em revistas, suplementos de jornais e livros educacionais. Assiste a programas de TV que tiram dúvidas sobre sexo. Tem à disposição vários sites da internet que respondem a perguntas relativas ao tema. Por fim, a educação sexual já é obrigatória na maioria das escolas particulares e começa a se espalhar também pelo ensino público. Infelizmente, há uma notícia ruim, que é dada pelo psiquiatra paulista Jairo Bouer, referência da juventude quando o assunto é sexo.


"Eles não conseguem processar toda essa massa de informações e, na hora H, fazem quase tantas burradas quanto a geração anterior." Ele quer dizer que tanta teoria não se traduz necessariamente numa prática mais cuidadosa. O índice de gravidez na adolescência ainda cresce no país. E o uso de camisinha é abaixo do esperado, apesar de todas as campanhas de instituições públicas e privadas.

Quais as razões dessa distância entre a teoria e a prática? A primeira delas é óbvia: sexo não é só uma questão de informação, mas também de maturidade. É fundamental o adolescente conversar de maneira franca com quem está próximo a ele e pode passar a própria experiência sobre o assunto – ou seja, os pais. "Por incrível que pareça, a maioria das famílias se esquiva de falar de sexo com o jovem porque acha que pode deixar tudo nas mãos da escola", opina a psicóloga Helena Lima, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A questão, no entanto, é complicada. A maioria dos adolescentes não quer escutar sermão dos pais sobre o assunto. E, mesmo que a conversa não seja em tom de bronca, não se terá jamais a garantia de que o diálogo surtirá o efeito desejado. Uma garota que tem um relacionamento franco com os pais pode, numa relação sexual com o namorado, sentir vergonha de tirar a camisinha da bolsa.

Outra questão é como falar a linguagem do jovem. O grosso das campanhas e dos programas de ensino, segundo os especialistas, fracassa justamente nesse ponto. "A maior parte das escolas recorre a palestras, e elas são chatas", avalia a médica Albertina Duarte Takiuti, do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Se forem inevitáveis, que sejam curtas e dinâmicas." Idéias não faltam. Que sejam postas em prática. É uma vergonha o adolescente brasileiro ser reprovado numa matéria que conhece tão bem. Em teoria, pelo menos.


Os códigos do ficar

Dos primeiros beijos ao sexo, muita coisa está
mudando
– em ritmo acelerado – no modo como
meninos e meninas se relacionam

Quando a festa do colégio começou, às 20 horas, Gabriela Cunha já estava na frente do palco em Canoas, no Rio Grande do Sul, rodeada pelas amigas. Naquela noite, o plano das meninas era um só: ficar com alguém. Nos dias que antecederam a noitada, Juliana Moraes contava os minutos. Com a ajuda de Gabriela, havia combinado de ficar com um menino chamado Pedro. "Minha amiga é tímida, então fui até o guri no intervalo e perguntei se ele queria ficar com ela na festa. Ele topou", diz a desinibidíssima Gabriela. Conforme a noite avançava, os casaizinhos começaram a "grudar" pelos cantos. Grudar é a gíria corrente no Sul para falar de beijos e amassos. Algumas meninas da turma de Gabriela encontraram seus "ficantes". Pedro desistiu do combinado com Juliana em cima da hora – e beijou outras três meninas. Pouco depois, dois meninos se aproximaram de Gabriela. "Tu não queres ficar com meu amigo?", um deles perguntou. Gabriela disse não. "Não deu vontade. Ele não tinha nada a ver comigo." Às 11h30, a festa acabou para Gabriela. Sua mãe havia combinado de buscá-la a essa hora. Mas a noite de azaração não foi uma decepção total. Gabriela, que antes daquele dia já havia ficado com quatro meninos, não acrescentou um quinto à sua lista, porém descobriu uma nova comunidade de encontros on-line. "A internet é ótima para planejar uma ficada", diz ela. Gabriela e suas amigas têm entre 11 e 12 anos.

Gabriela, 11 anos: ela já ficou com quatro, mas preferiria namorar
Não faz muito tempo, uma cena como essa seria difícil de imaginar. Não apenas pela precocidade, mas também porque os códigos do relacionamento entre meninos e meninas eram bem diferentes. Mesmo entre os mais arrojados, o beijo era o ponto culminante de um encontro que costumava envolver muita conversa, uma ida ao cinema ou a uma lanchonete, a dança das músicas lentas na domingueira. Havia um ritual de cortejo que hoje em dia foi descartado. Na era do ficar, não se perde tempo com pudor ou amenidades quando existe interesse físico. Às vezes, tudo pode ser tão rápido que se torna difícil entender como acontece: um esbarrão, um braço puxado, um "grude" e pronto. Algumas boates dão uma mãozinha aos freqüentadores inventando sinalizadores, como pulseirinhas fosforescentes de várias cores, para indicar quem está disponível e quem está fora do mercado. Depois da ficada, nada mais é certo. Às vezes, a história não se esgota numa única noite e se repete de tempos em tempos, transformando-se num "rolo". Aí entram em jogo outras regras de etiqueta, quase todas negativas: não ligue para jogar conversa fora, mas apenas para planejar o próximo encontro (aliás, prefira as mensagens na internet); não exija atenção no dia seguinte; não tire satisfações se a pessoa sumir. Enfim, mantenha tudo simples e descompromissado – esta última, aliás, é a palavra que define a essência desse tipo de relacionamento. "Na única vez em que tentei namorar, a menina queria saber o tempo todo o que eu estava fazendo. Não quero nem pensar em fazer isso de novo", diz o paulistano Rogério Lacorte, que, aos 15 anos, é um adepto incondicional das ficadas.

Rogério, 15 anos, só quer ficar. Aline e Rafael, 17, namoram. Nas boates, pulseira verde para quem quer ficar e vermelha para os que já têm par
eider
Alexandre Schneider
O desembaraço com que os jovens aprenderam a embarcar em suas aventuras eróticas pode dar a impressão de que o ficar é uma prática livre de ansiedades. Mas essa impressão não corresponde à realidade. Apesar de opiniões como a de Rogério, o fato é que as opções da ficada e do namoro vivem em tensão constante na cabeça de muitos adolescentes. "Sempre quis namorar, mas os guris não topam", diz Gabriela Cunha. A diferença de expectativas sobre o relacionamento, sobretudo entre aqueles que têm algum vínculo no cotidiano, como a escola, também pode provocar confusão e sentimentos de rejeição. "Porque ganharam a liberdade de experimentar mais, meninas e meninos às vezes se vêem obrigados a fazê-lo. Isso pode ter um custo sentimental grande", explica a antropóloga Miriam Goldemberg. Rafael Coelho e Aline Lessa, ambos de 17 anos e moradores de Salvador, descobriram quanto o ficar pode ser estressante e resolveram testar o namoro depois de um mês do primeiro beijo. Eles formam o único casal estável de sua turma, mas hoje não se incomodam. "Namorar é mais sossegado", diz Rafael.



Multidão de jovens se beijando: o beijo deixou de ser o ponto culminante de um longo ritual

A equação do ficar se torna mais complicada – e arriscada – quando o sexo passa a fazer parte dela. Ao contrário do que se imagina, o sexo não é um elemento essencial do ficar. Aliás, nem mesmo as carícias pesadas o são: numa enquete realizada há pouco pela revista adolescente Capricho, 66,7% das meninas entrevistadas disseram que não fazem carinhos mais ousados no parceiro mesmo quando têm vontade. É verdade, contudo, que a iniciação dos adolescentes no sexo está ocorrendo cada vez mais cedo, e, quando a lógica descompromissada das ficadas se aplica à cama, aumenta muito o perigo de haver sofrimento, assim como o risco de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis ou de gravidez indesejada. É com base nesse temor (fundamentado) que os pais torcem o nariz para a idéia do ficar. Como os especialistas não se cansam de lembrar, a melhor solução para aplacar esses temores e tornar mais seguro o caminho dos adolescentes na hora da iniciação sexual é a conversa aberta e sem sermões. "Ao ficarem, os jovens estão buscando um jeito próprio e mais livre de se relacionar, e não é preciso ver esse fenômeno apenas sob um prisma negativo. Mas os adultos não devem abrir mão de dialogar com eles", diz a socióloga Miriam Abramovay, coordenadora da Unesco.





Assim pega mal


Eles puxam o braço delas. Formam uma rodinha e exigem beijos. Ou ainda, para usar a gíria corrente, "grudam" a garota na parede. Cada vez mais os meninos estão usando a força – e nem um pouco de sutileza – para abordar as meninas na noite. Quem adota esse comportamento geralmente adora exibir sob a camiseta justa os músculos que cultivou em horas e mais horas de academia. "Diria que eles sofrem de complexo de Adônis", diz a antropóloga Miriam Goldemberg, referindo-se à compulsão de cultivar um corpo perfeito como o do personagem da mitologia grega que representava o máximo da beleza masculina. "Mas eles acrescentaram um elemento de violência a esse quadro. Acreditam que ter um corpo forte e ser agressivo é sinônimo de masculinidade." No extremo do comportamento violento estão os "pitboys" cariocas. O rótulo que os descreve é uma mistura de playboy e pit bull – a raça ultra-agressiva de cães de rinha. Os pitboys são garotos musculosos de classe média alta que, depois de algumas doses de bebida alcoólica, pegam pesado para o lado das meninas – e de quem mais estiver em volta. Não raro, quando abordados pelos seguranças das boates, quebram tudo. Nos primeiros quatro meses de 2004, os incidentes envolvendo pitboys foram freqüentes e acabaram até nas páginas policiais. Meninos e meninas "normais" estão assustados com a agressividade gratuita que os pitboys demonstram, e não sabem como reagir. Para eles, a única dica é: cuidado, pois eles costumam atacar perto da porta do banheiro feminino.




Namoro e Sexualidade


Entrevista


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Cérebro de adolescente









Cérebro de adolescente

Novas pesquisas provam que nem só os hormônios
são culpados pelo comportamento explosivo da garotada


Quando o adolescente sai escondido para uma festa ou responde a uma pergunta inocente dos pais com uma explosão emocional, a culpa não é só dos hormônios. Descobertas científicas recentes provam que não apenas o corpo, mas também a mente passa por grandes mudanças na adolescência. Do sexo sem preservativo à imprudência na direção, os adolescentes assumem comportamentos irresponsáveis em parte porque as estruturas mentais que inibem respostas intempestivas ainda não se consolidaram. As alterações mais importantes por que passa o cérebro nos últimos anos da adolescência têm lugar no córtex pré-frontal, área que é responsável pelo planejamento de longo prazo e pelo controle das emoções. "Antes dessas mudanças, o adolescente nem sempre está pronto para processar todas as informações que precisa considerar quando toma uma decisão", explica o neurologista americano Paul Thompson, do Laboratório de Neuromapeamento da Universidade da Califórnia.

Thompson faz parte de uma equipe de cientistas que vem mapeando o cérebro de cerca de 1 000 adolescentes com técnicas avançadas de tomografia. As descobertas são surpreendentes, especialmente se considerarmos que até há alguns anos era consenso científico que o cérebro completava seu crescimento na infância e não se alterava mais. Hoje se sabe que várias estruturas cerebrais seguem evoluindo durante a adolescência , embora nem todas cresçam. A idade em que essas mudanças se processam varia. O cérebro das meninas desenvolve-se cerca de dois anos mais cedo, mas homens e mulheres costumam emparelhar lá pelos 20 anos. De forma geral, no início da adolescência ainda está em processo uma mudança que começa entre 7 e 11 anos. É quando crescem certas regiões cerebrais ligadas à linguagem, como a área de Broca, uma pequena estrutura dentro do córtex pré-frontal. O processo costuma chegar ao fim antes dos 15 anos. No período de desenvolvimento, notam-se grandes progressos no uso da escrita – é a idade ideal para aprender novas línguas. A mudança maior começa pelos 18 anos e pode avançar até os 25. É quando o córtex pré-frontal amadurece, consolidando o senso de responsabilidade que falta a tantos adolescentes. "O córtex funciona como o presidente de uma grande empresa, centralizando as decisões. É por isso que às vezes o cérebro adolescente parece uma empresa sem presidente", brinca Thompson.

A ciência ainda não entendeu completamente essas alterações. O detalhe misterioso é que nem sempre o desenvolvimento cerebral se dá por crescimento, como acontece com todos os outros órgãos de nosso corpo. Na verdade, muitas sinapses – ligações entre os neurônios – são simplesmente cortadas durante a adolescência. Supõe-se que esse processo obedeça a uma certa economia de conexões: aquelas sinapses que não são usadas simplesmente se perdem. Quem toca um instrumento musical desde a infância vai desenvolver certas conexões neurais que se perderão em quem nunca chegou perto de uma partitura. De qualquer modo, a notícia de que o cérebro adolescente ainda não está "pronto" é alentadora. "Isso significa que temos mais tempo de aprendizado do que antes pensávamos", diz Thompson.









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Crônica

Uma crónica ou crônica é uma narração, segundo a ordem temporal. O termo é atribuído, por exemplo, aos noticiários dos jornais, comentários literários ou científicos, que preenchem periodicamente as páginas de um jornal.

Crônica é um gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o lêem.


As Crônicas de Narnia - Série de filmes e livros Baseado em Crônicas extraordiarias!

As Crônicas de Nárnia (The Chronicles of Narnia, no original em inglês), é uma série de sete livros de romance para o público infantil, escrita pelo autor irlandês Clive Staples Lewis (conhecido simplesmente como C.S.Lewis). É a obra mais conhecida do autor, e a série é considerada um clássico da literatura infantil, tendo vendido mais de 120 milhões de cópias em 41 idiomas. Escrito por Lewis entre 1949 e 1954, e ilustrado por Pauline Baynes, as Crônicas de Nárnia foram adaptadas diversas vezes, inteiramente ou parcialmente, para a rádio, televisão, teatro e cinema. Além dos tradicionais temas cristãos, a série usa caracteres da mitologia grega e nórdica, bem como os tradicionais contos de fadas.

As Crônicas de Nárnia apresentam, geralmente, as aventuras de crianças que desempenham um papel central e descobrem o ficcional Reino de Nárnia, um lugar onde a magia é corriqueira, os animais falam, e ocorrem batalhas entre o bem e o mal. Em todos os livros (com exceção de "O Cavalo e seu Menino") os personagens principais são crianças de nosso mundo, que são magicamente transportadas para Nárnia a fim de serem ajudadas e instruídas pelo leão falante conhecido como Aslam (ou Aslan, dependendo da tradução).

Ainda durante sua infância, Lewis criava ilustrações para as histórias que escrevia. Quando o livro O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa estava prestes a ser publicado, ele havia pensado na possibilidade de ilustrá-lo, mas acabou solicitando uma desenhista profissional, Pauline Baynes, que na época tinha um pouco mais de vinte anos de idade, mas que já tinha ilustrado o último livro do autor J. R. R. Tolkien (chamado de Mestre Gil de Ham). Lewis, então, decidiu que ela seria a pessoa ideal para ilustrar as pessoas e os fantásticos seres em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa; porém ela acabou ilustrando os sete livros da série.

No Brasil, a série As Crônicas de Nárnia foi editada inicialmente pela ABU Editora, e era praticamente desconhecida até o lançamento do filme The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe, que fez com que os livros fossem os mais vendidos no país.


Estátua em memória do autor da série, Clive Staples Lewis, olhando o interior de um guarda-roupa, como no livro "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa".

Livros:

O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
Príncipe Caspian
A Viagem do Peregrino da Alvorada
A Cadeira de Prata
O Cavalo e seu Menino
O Sobrinho do Mago
A Última Batalha




As Crônicas De Nárnia- O Leão, A Feiticeira e o Guarda Roupa
titulo original:
(The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe)

lançamento: 2005 (EUA)

direção: Andrew Adamson

atores: Georgie Henley , William Moseley , Skandar Keynes , Anna Popplewell , Tilda Swinton

duração: 140 min

gênero: Aventura

status: arquivado

sinopse:

Lúcia (Georgie Henley), Susana (Anna Popplewell), Edmundo (Skandar Keynes) e Pedro (William Moseley) são quatro irmãos que vivem na Inglaterra, em plena 2ª Guerra Mundial. Eles vivem na propriedade rural de um professor misterioso, onde costumam brincar de esconde-esconde. Em uma de suas brincadeiras eles descobrem um guarda-roupa mágico, que leva quem o atravessa ao mundo mágico de Nárnia. Este novo mundo é habitado por seres estranhos, como centauros e gigantes, que já foi pacífico mas hoje vive sob a maldição da Feiticeira Branca, Jadis (Tilda Swinton), que fez com que o local sempre estivesse em um pesado inverno. Sob a orientação do leão Aslam, que governa Nárnia, as crianças decidem ajudar na luta para libertar este mundo do domínio de Jadis.





As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian

Elenco: Georgie Henley, Skandar Keynes, William Moseley, Anna Popplewell, Ben Barnes, Peter Dinklage, Pierfrancesco Favino e Sergio Castellitto, com Liam Neeson como a voz de Aslam

Direção: Andrew Adamson
Gênero: Aventura
Distribuidora: Buena Vista
Estreia: 30 de Maio de 2008

Sinopse:

Os personagens da eterna fantasia de C.S. Lewis ganham vida novamente neste novo capítulo da série As Crônicas de Nárnia, na qual os irmãos Pevensie são magicamente transportados outra vez da Inglaterra ao mundo de Nárnia, onde uma emocionante e perigosa aventura e um teste ainda maior de coragem e do destino os aguarda.

Um ano depois dos incríveis acontecimentos de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, os reis e rainhas de Nárnia se vêem de volta ao longínquo e maravilhoso reino e descobrem que mais de 1300 anos narnianos se passaram. Durante sua ausência, a Era de Ouro de Nárnia foi extinta, Nárnia foi conquistada pelos Telmarines e agora está sob o domínio do maligno rei Miraz, que governa impiedoso a terra.

As quatro crianças logo encontram um novo e intrigante personagem: o herdeiro legítimo do trono de Nárnia, o jovem Príncipe Caspian, que foi forçado a ficar escondido enquanto seu tio Miraz planeja matá-lo para dar o trono a seu filho recém-nascido. Com a ajuda de um gentil duende, de um corajoso rato falante chamado Reepicheep, de um texugo chamado Trufflehunter e do Duende Negro, Nikabrik, os narnianos, liderados pelos poderosos cavaleiros Peter e Caspian, embarcam em uma fantástica jornada para encontrar Aslam, retirar Nárnia do domínio tirânico de Miraz e restaurar a magia e a glória da terra.

Curiosidades:

» O livro 'Príncipe Caspian’, lançado em 1951 – o segundo na ordem de publicação da obra de sete volumes – será o próximo a ser levado ao cinema. O elenco original volta na continuação, assim como Andrew Adamson, contratado para produzir, dirigir e escrever a segunda aventura.

» O segundo filme, que chegaria aos cinemas dia 14 de Dezembro de 2007, foi adiado para Julho/Agosto de 2008 (Verão Americano).

» Após Caspian, já foi confirmada a adaptação de 'Voyage of the Dawn Treader', no qual Edmund e Lucy ajudam a encontrar os sete lordes banidos de Nárnia.







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